segunda-feira, agosto 25, 2008

Sociedade vigiada - Escutas devem ser controladas, não restringidas


As interceptações telefônicas são fundamentais para a investigação de determinados crimes, como nos casos de seqüestro. O problema é que, ao monitorar o telefone, são captadas conversas pessoais que nada têm a ver com a investigação. Garimpar ouro em uma montanha de cascalho é o principal desafio do juiz que lida com escutas telefônicas.

A conclusão é do desembargador André Fontes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (Rio e Espírito Santo). “É preciso saber administrar os milhões de ligações. Às vezes, apenas uma fala de algum crime.”

Para ele, o juiz é responsável por montar o quebra-cabeça de provas só com as conversas que interessam. Aí, entra a grande importância do contexto em que cada conversa aconteceu, embora isso esteja sendo deixado de lado freqüentemente. “Geralmente, a análise não é feita porque o dialogo é apresentado como uma constatação imediata, sem uma reflexão”, afirma. É ruim. Até as imagens podem ter diferentes interpretações, diz.

André Fontes acredita que a troca de experiências é fundamental para encontrar um equilíbrio. “A magistratura, hoje, é menos um castelo fechado e muito mais uma instituição voltada para o diálogo com a sociedade.” Como diretor da Escola da Magistratura Federal da 2ª Região (Emarf), entende que é função da instituição buscar algum tipo de resultado prático.

“Até a criação das escolas da magistratura, nunca se discutiu, por exemplo, como se inquiria uma testemunha. A testemunha ficava à mercê de uma atitude poderosa do juiz. Ele achava que olhando nos olhos, sabia se a testemunha mentia ou não. Mas quantas vezes, do lado de fora, vimos a testemunha, depois de ter ensaiado muitas vezes, dizer que conseguiu fazer com que o juiz acreditasse nela. As varas de família bem mostram isso”, constata.

Apesar de compor a 2ª Turma Especializada do TRF-2, Fontes não é especialista na área criminal. Mas elogia a qualidade das defesas feitas pelos advogados e pelo Ministério Público e diz estar aprendendo muito com ambos. “Procuro me ater ao que está nos autos, me preocupo muito em ouvir as pessoas.”

Fontes chegou ao TRF-2 pelo quinto constitucional do Ministério Público Federal. Advogou por seis anos, até se tornar procurador do município do Rio de Janeiro. Em 1989, entrou para o MPF e lá ficou por 12 anos, até ser indicado ao tribunal. Tem mestrado e doutorado em Direito Civil pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e é professor da Universidade do Rio (Unirio) desde 1992.

Por Marina Ito - Consultor Jurídico

quarta-feira, agosto 13, 2008

Seis pessoas condenadas por roubos pela Internet


Seis pessoas de uma quadrilha que roubava contas bancárias pela internet foram condenadas pela Justiça do Estado do Pará. Eles foram presos em 2006 na Operação "Control+Alt+Del" da Polícia Federal, sob a acusação de furtar as senhas bancárias e fazer transferência de dinheiro para outras contas e pagar contas.

Foram condenados Luís Carlos Gonçalves Siqueira, Antônio Carlos de Souza Lima, Ricardo Castro Marinho, Genilson Gomes da Souza, Marcos Helder Dantas Figueiredo e Christiano Richardson Coutinho Nunes. As penas variam entre seis e 12 anos de prisão.

Para efetuar os roubos, o bando usava a técnica de "phishing" para roubar senhas de usuários de serviços de banco eletrônico, segundo a PF. Eles enviaram e-mails que simulam mensagens de órgãos federais e de instituições financeiras, induzindo os internautas a acessar saites falsos, que registram as informações pessoais digitadas pelas vítimas. Com esses dados, o grupo promovia transferências de dinheiro para contas de terceiros e para pagamentos.

Segundo o Ministério Público Federal, de acordo com a hierarquia que havia dentro da quadrilha, Siqueira e Souza Lima atuavam como usuários, enviando os e-mails para as vítimas. Os outros condenados eram carteiros, encarregados de conseguir cartões e boletos para efetuar as transferências e pagamentos fraudulentos.

Além das penas, o juiz determinou que fossem remetidos à União todo o material apreendido durante a operação, como material de informática, celulares e dinheiro. Na época da operação, cerca de 40 pessoas foram presas, nos Estados do Pará, Maranhão, São Paulo, Goiás e Piauí.

Do espaçovital

sexta-feira, agosto 01, 2008

Kassab e Alckmin travam 1ª batalha no TRE sobre vídeos no YouTube

Menos de duas semanas após o início oficial da campanha, democratas e tucanos, históricos aliados --atualmente à frente da administração da capital paulista e também do Estado--, já travam sua primeira batalha na Justiça Eleitoral.

Anteontem, a coligação "São Paulo no Rumo Certo", que tem o prefeito Gilberto Kassab (DEM) como candidato à reeleição, entrou com representação no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) contra a campanha do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB).

A argumentação foi a de que os vídeos hospedados no site de campanha de Alckmin estão em links no YouTube, o que foi proibido pela resolução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que regula a propaganda na internet neste ano.

"A propaganda só é possível na página do próprio candidato", afirmou Francisco Octavio de Almeida Prado Filho, um dos advogados de Kassab.

O democrata pediu a retirada da página de Alckmin do ar até que se comprove a saída dos vídeos do YouTube. "Essa prática causa desequilíbrio entre as candidaturas", disse Prado.

A Folha encontrou no YouTube um vídeo, apresentado por Alckmin, com realizações de seu governo (2001-2006) e veiculado durante o horário reservado à propaganda partidária obrigatória na TV.

A peça é a mesma disponível no site do candidato tucano, tanto que, até ontem à noite, na tela do vídeo aparecia a logomarca do YouTube.

Os advogados de Alckmin afirmaram que vão recorrer hoje. Eles entendem que o recurso é permitido por lei. Apesar disso, a campanha prometeu retirar as peças do site até uma decisão final.

"É estranho que a coligação do prefeito Kassab só tenha representado contra nós, visto que outras candidaturas fizeram o mesmo", afirmou Edson Aparecido, coordenador da campanha do ex-governador.

Ontem, vereadores tucanos de São Paulo informaram ao comando da campanha de Alckmin que irão gravar com o candidado, na segunda, os programas do horário eleitoral, que começam em agosto.

Se confirmada a gravação, será um derrota para Kassab, que até a semana passada contava com o apoio quase unânime da bancada tucana na Câmara.

Da Folhaonline

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