quinta-feira, abril 01, 2010

Caso Eyko: Polícia confirma advogado como mandante do crime

Além do advogado Sebastião Carlos, o delegado Márcio Pieroni, titular da DHPP, também já sabe os nomes dos assassinos que podem ser presos a qualquer momento.

A Polícia pode desvendar o mistério da morte da estudante universitária Eyko Nayara Uemura, 24, antes do caso completar um ano no próximo dia 29 de abril. As investigações do delegado Márcio Pieroni, da Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP) já identificaram a participação de algumas pessoas envolvidas na morte, entre elas o suposto mandante, o advogado Sebastião Carlos Araújo Prado.

Todos, segundo a Polícia, podem ter a prisão preventiva decretada e serem presos a qualquer momento. A jovem teria sido seqüestrada após sair de um posto de combustível localizado na Avenida Rubens de Mendonça, por volta das 20 horas do dia 28 de abril do ano passado. Eyko também pode ter sido violentada antes da morte.

Nas investigações, intensificadas e confirmadas após algumas denúncias, Eyko estaria na loja de conveniências do Posto Luma, quando saiu em companhia de um homem, que a Polícia acredita se tratar do então namorado dela, o advogado Sebastião Carlos.

A estudante teria deixado o local no carro dela, quando teria sido seguida por alguns homens - a Polícia já tem os nomes de todos os acusados -, em outros dois veículos. No caminho Eyko teria sido seqüestrada. A morte, possivelmente por estrangulamento, teria acontecido entre as cidades de Cuiabá e Chapada dos Guimarães (Baixada Cuiabana, a 65 quilômetros de Cuiabá).

A Polícia ainda mantém em sigilo os motivos da execução de Eyko, mas trabalha com pelo menos três hipóteses. O delegado Márcio Pieroni conversou com a reportagem na manhã desta quarta-feira (31), quando foi bastante taxativo em afirmar que as investigações estão quase concluídas.

O delegado Pieroni, titular da DHPP, diz não ter dúvidas que o mandante da morte de Eyko é o advogado Sebastião Carlos. Afirma que já tem os nomes dos assassinos, mas alega que ainda vai manter os nomes dos acusados em sigilo por mais alguns dias, ou até mesmo algumas horas.

“O principal suspeito de mandar matar a Eyko é o advogado Sebastião Carlos. Até porque, só ele poderia retirá-la de dentro da loja de conveniência do Posto Luma, onde ela estava horas antes de ser encontrada morta. Também já temos os nomes dos assassinos, que podem ser presos a qualquer momento. Tudo agora é apenas uma questão de tempo”, afirma o delegado Márcio Pieroni.

Além do seqüestro, que a Polícia confirmou, também existem denúncias de que a estudante poderia ter sido estuprada antes de ser assassinada. Nas fotos feitas por peritos da Perícia Oficial (Politec) durante a retirada do corpo do abismo de mais de 100 metros de altura, Eyko aparece sem blusa, apenas de sutiã.

Questionado sobre a possibilidade da estudante ter sido violentada, o delegado Pieroni coçou a cabeça e foi outra vez taxativo: “Não podemos confirmar, mas também não podemos descartar nada. Até porque, ninguém pediu que durante a necropsia fosse feito exame de conjunção carnal”, ponderou o titular da DHPP.

A MORTE

A estudante de Direito Eyko Uemura, que também era empresária, foi encontrada morta por volta das 7 horas de 29 de abril do ano passado. O corpo dela estava jogado no fundo do abismo conhecido como “Portão do Inferno”, localizado às margens da Rodovia Emanuel Pinheiro, que liga Cuiabá à Chapada dos Guimarães.

Próximo ao local onde ela caiu, ao lado de um comércio, a Polícia encontrou o carro dela com as duas portas abertas. Algumas bolsas com roupas e dois bilhetes de despedidas e agradecimentos, um para uma tia e outro para uma amiga.

AS INVESTIGAÇÕES

Logo nas primeiras investigações, a Polícia de Chapada descobriu que a estudante Eyko Uemura havia mantido um caso amoroso com um advogado. Era Sebastião Carlos, um homem casado. Entre outras coisas, a Polícia também ficou sabendo que o advogado estava de posse de algumas jóias que teriam sido retiradas de dentro da casa da família Uemura pela estudante.

Eyko teria pego as jóias da família e entregue a Sebastião Carlos, pois os dois estariam planejando fugir de Cuiabá. Descoberto, o advogado entregou algumas jóias à Polícia e elas estão relacionadas nas investigações. A família, no entanto, alega que foram devolvidos menos de 10% do montante das jóias. (JRT).

DEFESA FALA

O advogado Ulisses Rabaneda, responsável pela defesa de Sebastião Carlos, que apareceu no caso como mero suspeito, pois ainda sequer foi indiciado, muito menos denunciado, diz que seu cliente está tranqüilo e à disposição da Polícia e da Justiça.

“Meu cliente está tranqüilo. Estamos colaborando com as investigações, inclusive deixando a Polícia trabalhar sem nenhuma interferência. Aliás, quero deixar bem claro, que no carro foi encontrado alguns fios de cabelo, que pode ser uma coisa natural, agora as supostas marcas de sangue não foram confirmadas pela perícia feita pela Polícia Federal do Acre”, afirmou Rabaneda.


Por José Ribamar Trindade

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