terça-feira, março 15, 2011

Olimpíadas 2016: cuidados psicológicos e físicos de policiais custarão R$ 9,6 milhões

A preparação do Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos de 2016 envolve um sofisticado programa que chega aos detalhes de cuidar, por exemplo, da “melhoria psicológica e física dos policiais militares”. Para tanto estão previstos investimentos de R$ 9,6 milhões, verbas dos governos federal e estadual.

A informação foi obtida no Portal da Transparência dos Jogos Rio 2016, elaborado por técnicos da Controladoria-Geral da União (CGU). A exemplo do que ocorre com o controle dos gastos para as obras da Copa do Mundo de Futebol, em 2014, a CGU disponibiliza planilhas de responsabilidades dos governos federal, estadual e municipal, com os respectivos prazos de execução e valores a serem investidos nas diferentes áreas.

A iniciativa, tomada no último ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, tem como objetivo conferir aos três níveis de governo os comprometimentos de cada um para tornar o Rio a “sede maravilhosa” para os Jogos de 2016. Com isso, o governo quer evitar que se repita o problema dos Jogos Pan-Americanos de 2007, quando a prefeitura do Rio e o governo estadual socorreram-se na última hora dos cofres públicos federais, que se tornaram o responsável pelas principais despesas, em torno de R$ 3,2 bilhões.

Conforme os dados oficiais até agora disponíveis, a preparação da sede olímpica está distribuída em cinco grandes áreas: acomodações, instalações esportivas, segurança, tecnologia e transportes (..). O total de investimentos previstos nessas frentes é de R$ 12,5 bilhões. Desse total, R$, 11,8 bilhões, ou 95%, serão investimentos públicos federal, estadual e municipal. O restante, R$ 636,7 milhões (5,1%), entrará na conta do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos (COJO).

Já a Vila de Mídia, por exemplo, orçada em R$ 1,6 bilhão, tem previsão de receber recursos da iniciativa privada. Nessa área, que será construída na região da Barra, ao lado do Núcleo do Parque Olímpico, serão oferecidas acomodações para a imprensa internacional. As diárias estão estimadas em US$ 150 por quarto, incluindo café da manhã.

O Centro Internacional de Radiodifusão (IBC – Internacional Broadcasting Center), que abrigará toda a parafernália técnica das emissoras de rádio e televisão de mais de 150 países, será construído em uma área livre de 40 mil metros quadrados. Custo da obra: R$ 220,9 milhões, com investimentos dos governo federal e do estado do Rio de Janeiro.

Outros 15 mil metros quadrados serão construídos para escritórios, áreas administrativas, salas VIPs, etc., que servirão de apoio ao IBC. No entanto, essa obra, orçada em R$ 39,1 milhões, será bancada pelo Comitê Organizador dos Jogos 2016, conforme a planilha de responsabilidades no site da CGU.

No apoio às áreas de competições há espaços que foram usados no Pan 2007 e que serão aproveitados em 2016. É o caso do Velódromo, atualmente sob a responsabilidade do Comitê Olímpico Brasileiro, mas que passará por adaptações que vão consumir R$ 70 milhões dos cofres da prefeitura carioca.
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Fora da área de competição, com foco nas obras que atenderão o bem-estar da comunidade carioca, o setor de transportes é o que consumirá mais recursos públicos: R$ 7,6 bilhões. Além de investimentos do Aeroporto Internacional do Galeão (R$ 810 milhões), estão previstas expansões de linhas do metrô e urbanizações de várias avenidas, a fim de facilitarem a locomoção da “família olímpica”, principalmente na época dos jogos.

Dos projetos do setor de transportes, a construção do Arco Rodoviário do Rio de Janeiro, já em andamento, consumirá R$ 1,3 bilhão. A obra visa desafogar as vias da Região Metropolitana – Avenida Brasil e acessos à Ponte Rio-Niterói – de um fluxo de veículos, a maioria pesados, que hoje por ali circulam. As despesas são financiadas pelos governos federal e estadual.
Obras à parte, o setor de consultorias para as Olimpíadas no Brasil já consome bom dinheiro público, a exemplo do que ocorre com a preparação da Copa do Mundo de 2014, conforme já divulgado pelo Contas Abertas.

Ainda segundo o portal da transparência da CGU, o governo federal destinou R$ 5,7 milhões para “prestação de consultoria especializada para apoio na atualização e complementação de estudos técnicos e mercadológicos relativos ao novo autódromo e às instalações olímpicas e assessoramento no detalhamento do Orçamento Não-Cojo, com vistas à realização dos XXXI Jogos Olímpicos e XV Jogos Paraolímpicos do Rio de Janeiro”.

Outros R$ 3,4 milhões foram dedicados a uma consultoria “para apoiar a elaboração do modelo de gestão à Autoridade Pública Olímpica (APO)”, feita pela Fundação Instituto de Administração, da Universidade de São Paulo.

Por Amanda Costa e José Cruz

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