domingo, julho 25, 2010

O xadrez de Uribe e da direita no continente

A jogada do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, de acusar a Venezuela de abrigar integrantes das FARC em seu território na Organização dos Estados Americanos (OEA), levou ao rompimento de relação entre os dois países e faz ferver o clima político no continente.

Uribe faz a acusação sem provas - filmes e fotos mostrados na sessão da OEA podem ser forjados - com um só objetivo: evitar que seu sucessor, Juan Manuel Santos, que já declarou que vai mudar a política com relação a Caracas, recomponha-se com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. É por isso que até a oposição empresarial venezuelana, radical contra Chávez, agora exigiu de Uribe as provas do que denuncia e que ele não tem.

A reiteração da “linha dura” como política interna facilita a aposta de Uribe de manter hegemonia sobre os setores militares e sociais que agregou durante seu governo. O segundo lance do jogo de Uribe tem alcance internacional. O uribismo é parte da política norte-americana para combater Chávez e outros governos progressistas. E mesmo fora do poder, o líder ultradireitista não quer perder protagonismo e se apresenta como avalista para manter o sucessor na mesma conduta.

É nesse xadrez político conservador na América do Sul que se inserem os movimentos da campanha de José Serra e suas acusações sobre narcotráfico e vínculos entre o PT e as FARCs. Na prática, lá (Colômbia) como aqui, o que temos é uma tentativa de usar a questão do narcotráfico como moeda eleitoral - aqui felizmente desautorizada pela própria justiça eleitoral.

Leia no portal Opera Mundi, artigo de Breno Altman, "Por que Chávez rompeu relações com a Colômbia".

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